A paisagem cultural trabalhada pelos construtores do pequenino Centro Histórico da Vila Bueno e do Distrito de Paz de Jaguary está parcialmente guardada no coraçãozinho de Jaguariúna. São onze quadras no entorno da Capela de Santa Maria, hoje designada como Matriz Centenária. Este Santuário Arquitetônico revela as memórias da cidade, onde cresce a sua História que por sua vez, alimenta para servir o Presente e o Futuro (Jacques Le Goff). Cumpre preservá-lo, restaurá-lo.
Sua preservação é responsabilidade dos Poderes Públicos e de todos os cidadãos, está garantida pela Constituição Brasileira. Quando não for, deve ser acionado o Ministério Público. A garantia da História é, acima de tudo “um ato de amor” (Dr. Massarani), por ser respeito ao passado que testemunha a Identidade desse Povo e desse lugar. Hoje, nota-se um raiar de nova conscientização no Brasil. Na Europa, Ela já é milenar. Aqui, aos poucos, vai conscientizando-se da importância de preservar as construções. O Brasil e seu Interior vão aprendendo a adaptá-las para as necessidades dos dias atuais.
Revitalizar construções simbólicas do passado é a forma eficaz de cooperar com o crescimento e modernização das cidades, pois fortalece o turismo e o desenvolvimento econômico. Há construções cujo bem cultural encontra-se simbolizado apenas em sua fachada e elas permitem ampla adaptação e acomodação de seu espaço interno para as necessidades econômicas do progresso de hoje, haja vista que, em muitos casos, exige apenas a manutenção de suas paredes frontais e laterais.
A legislação referente ao TOMBAMENTO está completamente renovada, pois admite graus diversos de proteção que visam ao atendimento das necessidades dos proprietários e dos dias presentes. Tudo evolui! O Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico de Jaguariúna “CONPHAAJ” nasceu em 2009, sendo atualizado em 2010 com conceitos trazidos pela UNICAMP através do Dr. André Argollo (Arquitetura e Urbanismo) e pelo Dr. Joaquim Sabaté Bel da Politécnica de Barcelona em Conferência Internacional na Pousada Vila Bueno e no Teatro Municipal com o 1º CONPADRE , as célebres conferências sobre patrimônio e desenvolvimento regional.
Portanto, hoje a matéria que regula o tombamento passou por uma série de adequações revestindo-se dos mais eficientes mecanismos capazes de preservar e consolidar a memória e a identidade coletiva dos habitantes, garantindo incentivos fiscais para os proprietários. Preservar o imóvel todo ou as suas partes externas tornou-se relevante para o crescimento do local onde ele está inserido. Prédios, ruas, bairros tombados trazem uma revalorização dos lugares além de atrair NEGÓCIOS e TURISMO.
A Prefeitura e a Câmara Municipal já concederam isenção de IPTU aos patrimônios históricos já preservados pelo referido conselho, reconhecendo a necessidade de sua manutenção como paisagem de interesse cultural e histórico, reconhecendo também que se trata de investimento para atrair negócios e desenvolver o turismo neste portal de entrada para o Circuito Paulista das Águas . Os poderes públicos preparam neste momento um projeto de criação de um Fundo Municipal de Proteção ao Patrimônio Histórico.
Há diálogo aberto permanente entre o CONPHAAJ e os mesmos no sentido de ambos providenciarem a preservação da História de Jaguariúna, protegendo-a, conciliando a definitiva preservação destes monumentos com o progresso através de um desenvolvimento sustentável. O Conselho estuda também questões da Transferência do Potencial Construtivo beneficiando os proprietários de imóveis no Híper Centro Histórico (coraçãozinho da cidade) e da Outorga Onerosa no Centro Histórico Estendido. O progresso sustentável chegou a este Parque Industrial do século XXI e as instituições zelam pela arqueologia urbana do Velho Jaguary.
TOMAZ DE AQUINO PIRES